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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Formação Litúrgica: Música Litúrgica I

Introduzindo: O drama da música nas celebrações

Partimos do pressuposto de que um fiel vai às celebrações em sua comunidade. Lá, além dele, participar, ainda que calado, da própria celebração, ele “assiste” àquilo que outros, de acordo com suas funções na comunidade, prepararam bem ou mal. Sendo assim, está formada a situação-problema muito comum em nossas comunidades, desde a menor até a maior e mais rica, desde a menos até a mais evoluída.
O que acontece, em geral, é que muitos vão à igreja para ver algo bonito, atraente, que pode até “tocar no íntimo” da pessoa e nada mais. Muitas vezes, há exageros de todo tipo e não há um culpado. Os responsáveis pela comunidade e pelo canto têm pouca formação litúrgica e musical. O povo, querendo satisfazer seu hedonismo, se esquece de todo o contexto em que a própria liturgia está inserida. Infelizmente, a celebração litúrgica tornou-se o lugar do espetáculo, muitas vezes barulhento e pobre teologicamente.
Qual seria então a causa de tal problema? Primeiro, a dificuldade na escolha de cantos adequados, pois, além do repertório, embora vasto, ser pouco conhecido, há pouca formação musical. Em segundo lugar, a preparação dos cantos às vezes fica prejudicada pela pressa e descompromisso. Há também o problema da escolha de cantos inadequados, cujo conteúdo, letra e ritmo não condizem com as celebrações. Por fim – e mais grave – há o problema do narcisismo. Na celebração há lugar para todos. Não é o espaço para que um apareça mais que outro, mas sim de todos assumirem seu papel ministerial.
Como pano de fundo, percebemos que o maior dos problemas está na falta de preparo. A formação e a dedicação são fundamentais na vida do músico e do cantor litúrgico. A assembléia que participar da ação litúrgica rica e bem preparada assimilará o seu conteúdo e compreenderá o mistério celebrado e sua beleza.
Nos últimos anos, temos assistido à cópia de um modelo gospel de música litúrgica. Trata-se de um estilo de música de origem protestante belo e com características peculiares que prezam pela espontaneidade do cantor e da assembléia. Dependendo do texto, alguma dessas músicas pode até caber em algum momento celebrativo. Porém, não é um canto da Igreja. Pode ser cantado entre nós católicos em eventos e shows de evangelização, mas quase nunca pode ser na liturgia.
Depois do Concílio Vaticano II houve uma flexibilização quanto ao canto e aos instrumentos na Igreja. Podemos hoje assimilar o que há de melhor na cultura musical do nosso povo. Podemos utilizar os recursos instrumentais sem medo de profanar a sagrada liturgia.
Para que desempenhemos bem o ministério da música na Igreja, um resgate histórico contribui muito com nosso trabalho. E a formação litúrgica e musical é imprescindível. (SC 115) desta forma, o povo de Deus pode externar de modo sublime o que é ser Igreja, celebrando e cantando, pois a música e a ação litúrgica estão de tal modo interligadas ao ponto de não haver serva da liturgia e sim elementos fundamentais de todo o mistério celebrado.


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Pedagogia litúrgica - mês de abril de 2011

Abril pode ser definido como o grande “mês pascal” da Liturgia. Na realidade todos os meses celebram o dom da Páscoa, mas este se faz mais evidente, porque nele torna-se palpável a passagem da vida divina em nossas celebrações e em nossas vidas. É assim com Jesus passando e iluminando nossas cegueiras (4DQ), é assim com Jesus derrotando a morte em Lázaro para que faça sua Páscoa, saindo da morte para voltar a viver (5DQ).

Esta característica pascal se manifesta na alegria da “Dominica laetare”, que exulta de alegria pela proximidade da Páscoa de Jesus Cristo (4DQ). Exultação de alegria manifestada na simbologia da luz de Jesus Cristo, capaz de iluminar a escuridão de olhos cegos para se viver na verdade do Evangelho, correspondendo à vocação cristã de se deixar iluminar pelo Evangelho. A cura do cego nato demonstra como Jesus ilumina a vida do batizado e promove nele a graça de participar da nova criação, propondo-lhe um novo estilo de viver (4DQ), revestindo-nos com a veste da vida divina, oferecida pelo próprio Jesus Cristo, para não compactuarmos com a cultura da morte, mas sempre com a promoção da vida (5DQ). O cristão não é um monte de ossos ressequidos, pois seu corpo é morada do Espírito de Deus, quer dizer, do Espírito que enche a vida humana com a vida divina. O cristão que se faz discípulo de Jesus não vive em sepulturas, mas na festa da vida (5DQ).

Diante da Cruz

Um bom modo de viver a Semana Santa é colocar-nos diante da Cruz de Jesus Cristo. No momento da crucifixão, três grupos de pessoas passaram diante da Cruz: aquele povão, que buscava um pop-star, mas se decepcionou quando o viu fazendo a vontade do Pai, os intelectuais com uma cultura incapaz de compreender a lógica divina, e os malfeitores, que foram crucificados com Jesus, um de cada lado. Em qual destes grupos você se identificaria, hoje. A resposta só pode ser dada depois de refletir profundamente como você vive a vida cristã, se próximo ou distante de Deus. Mas, existem outros convites para se entrar bem na Semana Santa. Jesus, por exemplo, passou aquela Semana marcada pelo sofrimento fortalecendo-se na certeza que voltava ao Pai. É com este espírito que ensina o caminho através do serviço, pelo gesto do lava-pés. Um gesto de serviço, que não nos deixa desanimar diante da visão da Cruz. Mesmo assim, é preciso reconhecer que perguntas e questionamentos jamais cessaram (nem cessarão) diante do sofrimento; de todas as formas de sofrimento. De algum modo, todos beberemos (alguns irmãos e irmãs bebem) deste cálice tão amargo para a humanidade. Diante desta Cálice, que Jesus pede para ser afastado, é possível presenciar em Jesus a sede de fazer a vontade do Pai. O cálice da vontade do Pai é mais importante que o medo do cálice do sofrimento e da morte. O Pai reconhece o amor de Jesus, aceita seu sacrifício e o livra da morte, ressuscitando-o.

Diante da Ressurreição

A força da Páscoa não se esconde somente no fato histórico, acontecido em Jesus Cristo. Mais que uma realidade histórica, é também uma realidade que aconteceu na vida de Jesus Cristo: ele morreu e o Pai o ressuscitou. É também uma realidade que se atualiza em nossos dias, nos sacramentos celebrados na Igreja, através do testemunho vivo dos discípulos de Jesus, na promoção da vida onde a humanidade (de hoje) esquece ou tenta afastar Deus da sua história.

A Ressurreição de Jesus traz uma realidade nova para o mundo: nós podemos participar da vida divina, porque pela Ressurreição de Jesus o mundo de Deus entrou definitivamente no mundo humano. O modo como participamos da vida divina é semelhante ao fermento que leveda a massa do pão: é uma experiência interior, que faz crescer o amor e a fé dentro de quem se torna discípulo amado de Jesus. Este não exige muitas provas porque é capaz de ler na simplicidade dos sinais a passagem divina.

Formação Litúrgica

Ministério de Leitores

A Liturgia da Palavra é uma celebração. É necessário, pois, que se note que celebramos a Palavra, como depois celebramos a Eucaristia.

Assim, não é nem um momento de leituras atropeladas que se colocam antes da homilia e da celebração eucarística; nem uma reunião de instrução ou de discussão que, depois, concluirá com os ritos eucarísticos (que ficarão, assim, desvalorizados, porque não são tão "instrutivos").

O serviço do leitor é muito importante dentro da assembléia. Os que o realizam devem estar conscientes disso e viver a alegria e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de ser os que tornarão possível que a assembléia receba e celebre aquela Palavra com a qual Deus fala aos seus fiéis, aqueles textos que são como que textos constituintes da fé.

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