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sábado, 23 de abril de 2011

Páscoa é uma festa de família


Que conceito bonito este de que a família é a Igreja doméstica:

"Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé viva e irradiante. Por isso, o Concilio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Eclésia domestica”. É no seio da família que os pais são 'para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada'” (Catecismo da Igreja Católica, n° 1656).

O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de “Igreja doméstica”, comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e da caridade cristã (Catecismo da Igreja Católica, n° 1666).

Os pais são os primeiros a transmitir a fé, os valores cristãos e universais e uma boa educação para os filhos. Pai e mãe são mestres da vida, pela palavra e pelo exemplo eles nos ensinam coisas que vamos levar para a vida toda, que irão influenciar as nossas escolhas e, principalmente, formar a nossa consciência do bem e do mal. Serão os primeiros catequistas, que, muito mais do que ensinar, irão transmitir pela prática, porque os filhos os verão fazendo.

Eu mesmo poderia dizer da minha mãe e da minha avó quando as via rezar o terço diante da imagem de Nossa Senhora: “Era uma santa ouvindo o que a outra santa dizia!” Meus pais imprimiram em mim muito mais do que traços biológicos e heranças hereditárias, qualidades e defeitos e o desejo de um futuro brilhante. Eles fizeram com que eu experimentasse o amor de Deus e a graça da fé. Quando ainda era criança, sem que eu entendesse, me deram um banho de Água Viva, que me fez nascer de novo e me enxertou em Cristo Jesus. Dando-me assim o Dom da imortalidade e a graça de pertencer a uma família muito grande: a Igreja!

Como explicar para as nossas crianças e jovens que, na Páscoa, o mais importante é a festa da vida que vence a morte? Que Cristo verdadeiramente foi morto numa cruz e que, por aceitar morrer assim, Ele nos libertou do pecado e nos salvou pela Sua Ressurreição? A Páscoa é uma festa de família, porque viver ressuscitado é saboroso como o chocolate, é cheio de vida como o ovo e é tão fecundo como um casal de coelhinhos. É preciso ter a coragem de celebrar a fé em família e ensinar o verdadeiro sentido de ser cristão.

Celebrar a Páscoa é renascer com Cristo ressuscitado, é passar da morte para a vida, é vencer o pecado e a morte. É também celebrar a vida com o sabor de um ovo de chocolate e mostrar ao mundo que o cristão precisa ser como o coelho: fecundo em virtudes, amor e santidade. É arrumar uma ceia e acender uma vela para convidar os amigos e parentes para se iluminarem com a luz de nossa fé. Uma fé que nasce e renasce constantemente no seio de nossas famílias. É ser criativo e pedir ao Espírito Santo que grave em nossos corações a Graça e o verdadeiro sentido dos símbolos pascais:

O Círio Pascal: Representa o Cristo Ressuscitado, que deixou o túmulo, radioso e vitorioso. Na vela pascal ficam gravadas as letras Alfa e Ômega, significando que Deus é o princípio e o fim. Os algarismos do ano também ficam gravados no Círio Pascal. Nas casas cristãs é comum o uso da vela no centro da mesa no almoço de Páscoa.

O ovo, aparentemente morto, é o símbolo da Vida que surge repentinamente, destruindo as paredes externas e irrompendo com a vida. Simboliza a Ressurreição.

O Cordeiro: Na Páscoa da antiga Aliança, era sacrificado um cordeiro. No Novo Testamento, a vítima pascal é Jesus Cristo, chamado Cordeiro Pascal.

O Coelho: Símbolo da rápida e múltipla fecundidade da Igreja, que está espalhada por toda a parte, reproduzindo fiéis: há um número incalculável de filhos de Deus, frutos da Graça da Ressurreição.

O Trigo e a Uva: Simbolizam o pão e o vinho da Santa Missa e, por seu grande significado com a Trindade Santa, traduzem, por excelência, o símbolo Pascal. Para a ornamentação da mesa de Páscoa, nada mais indicado que um centro feito com uvas e trigo, entre cestas de pães e jarras de vinho.

O peixe é o mais antigo dos símbolos de Cristo. Se Cristo é o Grande Peixe, somos os peixinhos de Cristo. Isso quer dizer que devemos sempre viver mergulhados na Graça de Cristo e na Vida Divina, trazidas a nós pela água do batismo, momento em que nascemos espiritualmente, como os peixinhos nascem dentro d’água.

Cristo ressuscitou, ressuscitou verdadeiramente ALELUIA!!!

FELIZ PÁSCOA!

Padre Luizinho, Com. Canção Nova (


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sábado Santo

"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).

No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.

A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.

É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).

Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".

Vigília Pascal

A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiqüíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:

  • Breve Lucernário
  • Abençõa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

  • Liturgia da Palavra

    Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

  • Liturgia Batismal

    São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

  • Liturgia Eucarística

    Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.

Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.

A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.

O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se os velas para todos os que participem da Vigília.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sexta-feira Santa

A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.

São João, teólogo e cronista da paixão nos leva a comtemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto. A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia. Jesus é Rei. O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte. É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.

A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus. E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho.

Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.

A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria comtempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.

O soldado que traspassou o lado de Cristo no lado do coração, não se deu conta que cumpria uma profecia realizava um últmo, estupendo gesto litúrgico. Do coração de Cristo brota sangue e água. O sangue da redenção, a água da salvação. O sangue é sinal daquele maior amor, a vida entregue por nós, a água é sinal do Espírito, a própria vida de Jesus que agora, como em uma nova criação derrama sobre nós.

A Celebração

Hoje não se celebra a missa em todo o mundo. O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos. Recordamos a morte de Jesus. Os ministros se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. São a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.
Vão vestidos de vermelho, a cor dos mártires: de Jesus, o primeiro testeunho do amor do Pai e de todos aqueles que, como ele, deram e continuam dando sua vida para proclamar a libertação que Deus nos oferece.

Ação litúrgica na Morte do Senhor

1. A ENTRADA

A impressionante celebração litúrgica da Sexta-feira começa com um rito de entrada diferente de outros dias: os ministros entram em silëncio, sem canto, vestidos de cor vermelha, a cor do sangue, do martírio, se prostram no chão, enquanto a comunidade se ajoelha, e depois de um espaço de silêncio, reza a oração do dia.

2. Celebração da Palavra

  • Primeira Leitura

Espetacular realismo nesta profecia feita 800 anos antes de Cristo, chamada por muitos o 5º Evangelho. Que nos introduz a alma sofredora de Cristo, durante toda sua vida e agora na hora real de sua morte. Disponhamo-nos a vivê-la com Ele.

Leitura do Profeta Isaías 52, 13 ; 53

Eis que meu Servo há de prosperar, ele se elevará, será exaltado, será posto nas alturas.
Exatamente como multidões ficaram pasmadas à vista dele - tão desfigurado estava seu aspecto e a sua forma não parecia a de um homem - assim agora nações numerosas ficarão estupefactas a seu respeito,reis permanecerão silenciosos, ao verem coisas que não lhes haviam sido contadas e ao tomarem consciência de coisas que não tinham ouvido.
Quem creu naquilo que ouvimos, e a quem se revelou o braço do Senhor? Ele cresceu diante dele como um renovo, como raiz que brota de uma terra seca; não tinha beleza nem esplendor que pudesse atrair o nosso olhar, nem formosura capaz de nos deleitar.
Era desprezado e abandonado pelos homens, um homem sujeito à dor, familiarizado com a enfermidade, como uma pessoa de quem todos escondem o rosto; desprezado, não fazíamos nenhum caso dele.
E no entanto, era as nossas enfermidades que ele levava sobre si, as nossas dores que ele carregava.
Mas nós o tinhamos como vítima do castigo, ferido por Deus e humilhado.
Mas ele foi trespassado por causa de nossas transgressões, esmagado em virtude de nossas iniqüidades.
O castigo que havia de trazer-nos a paz, caiu sobre ele, sim, por suas feridas fomos curados.
Todos nós como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada um o seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
Foi maltratado, mas livremente humilhou-se e não abriu a boca, como cordeiro conduzido ao matadouro; como uma ovelha que permanece muda na presença de seus tosquiadores ele não abriu a boca.
Após a detenção e julgamento, foi preso. Dentre os seus contemporâneos, quem se preocupou com o fato de ter ele sido cortado da terra dos vivos, de ter sido ferido pela transgressão do seu povo?
Deram sepultura com os ímpios, o seu túmulo está com os ricos, se bem que não tivesse praticado violência nem tivesse havido engano em sua boca.

Mas o Senhor quis feri-lo, submetê-lo à enfermidade. Mas, se ele oferece a sua vida como sacrifício pelo pecado, certamente verá uma descendência, prolongará os seus dias, e por meio dele o desígnio de Deus há de triunfar.
Após o trabalho fatigante de sua alma ele verá a luz e se fartará. Pelo seu conhecimento, o justo, meu Servo, justificará a muitos e levará sbre si as suas transgressões.
Eis porque lhe darei um quinhão entre as multidões; com os fortes repartirá os despojos, visto que entregou sua alma à morte e foi contado com os transgressores, mas na verdade levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores fez intercessão.

Palavra do Senhor

Salmo responsorial

Neste Salmo, recitado por Jesus na cruz, entrecruzam-se a confiança, a dor, a solidão e a súplica: com o Homem das dores, façamos nossa oração.

Sl 30, 2 e 6. 12-13. 15-16. 17 e 25.
Senhor, em tuas mãos eu entrego meu espírito.

Senhor, eu me abrigo em ti: que eu nunca fique envergonhado; Salva-me por sua justiça. Leberta-me . em tuas mãos eu entrego meu espírito, é tu quem me resgatas, Senhor.

Pelos opressores todos que tenho já me tornei um escândalo; para meus vizinhos, um asco, e terror para meus amigos. Os que me vêem na rua fogem para longe de mim; fui esquecido, como um morto aos corações, estou como um objeto perdido.

Quanto a mim, Senhor, confio em ti, e digo: " tú és o meu Deus!". Meus tempos etão em tua mão: liberta-me da mão dos meus inimigos e perseguidores. Faze brilhar tua face sobre o teu servo, salva-me por teu amor. Sede firmes, fortalecei vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.

  • Segunda leitura
  • O Sacerdote é o que une Deus ao homem e os homens a Deus… Por isso Cristo é o perfeito Sacerdote: Deus e Homem. O Único e Sumo e Eterno Sacerdote. Do qual o Sacerdócio: o Papa, os Bispos, os sacerdotes e dos Diáconos unidos a Ele, são ministros, servidores, ajudantes…

    Leitura da Carta aos Hebreus 4,14-16; 5,7-9.

    Temos, portanto, um sumo sacerdote eminente, que atravessou os céus: Jesus, o Filho de Deus. Permaneçamos, por isso, firmes na profissão de fé. Com efeito, não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, então, com segurança do trono da graça para conseguirmos misericórdia e alcançarmos graça, como ajuda oportuna.

    É ele que, nos dias de sua vida terrestre, apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamor e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte; e foi atendido por causa da sua submissão. Embora fosse Filho, aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento; e, levado à perfeição, se tornou para todos os que lhe obedeceram princípio da salvação eterna.

    Palavra do Senhor.

  • Versículo antes o Evangelho (Fl 2, 8-9)

    Cristo, por nós, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o sobreexaltou grandemente e o agraciou com o Nome que é acima de todo nome.

    Como sempre, a celebração da Palavra, depois da homilia conclui-se com uma ORAÇÃO UNIVERSAL, que hoje tem mais sentido do que nunca: precisamente porque comtemplamos a Cristo entregue na cruz como Redentor da humanidade, pedimos a Deus a salvação de todos, crentes e não crentes.

    3. Adoração da Cruz

    Depois das palavras passamos a um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da Santa Cruz é apresentada solenemente a Cruz à comunidade, cantando três vezes a aclamação:

    "Eis o lenho da Cruz, onde esteve pregada a salvação do mundo. Ó VINDE ADOREMOS", e todos ajoelhados uns instantes de cada vez, e então vamos, em procissão, venerar a Cruz pessoalmente, com um genuflexão (ou inclinação profunda) e um beijo (ou tocando-a com a mão e fazendo o sinal da cruz ); enquanto cantamos os louvores ao Cristo na Cruz :

    4. A comunhão

    Desde de 1955, quando Pio XII decidiu, na reforma que fez na Semana Santa, não somente o sacerdote - como até então - mas também os fiéis podem comungar com o Corpo de Cristo.

    Ainda que hoje não haja propriamente Eucaristia, mas comungando do Pão consagrado na celebração de ontem, Quinta-feira Santa, expressamos nossa participação na morte salvadora de Cristo, recebendo seu "Corpo entregue por nós".


A quinta Feira santa

A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no misterio da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo.

E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.

Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta a Jesus 'sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava', mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhida inalcansável.

São Paulo completa a representação lembrando a todas as comunidades cristãs o que ele mesmo recebeu: que aquela memorável noite a entrega de Cristo chegou a fazer-se sacramento permanente em um pão e em um vinho que convertem em alimento seu Corpo e seu Sangue para todos os que queiram recordá-lo e esperar sua vinda no final dos tempos, ficando assim instituída a Eucaristía.

A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia como hoje, na véspera da su paixão, "enquanto ceava com seus discípulos tomou pão..." (Mt 26, 26).

Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e se recordassem dEle abençoando o pão e o vinho: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).

Antes de ser entregue, Cristo se entrega como alimento. Entretanto, nesta Ceia, o Senhor Jesus celebra sua morte: o que fez, o fez como anúncio profético e oferecimento antecipado e real da sua morte antes da sua Paixão. Por isso "quando comemos deste pão y bebemos deste cálice, proclamamos a morte do Senhor até que ele volte" (1Cor 11, 26).

Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não tanto da Última Ceia, e sim da Morte de Cristo que é Senhor, e "Senhor da Morte", isto é, o Resuscitado cujo regresso esperamos de acordo com a promessa que Ele mesmo fez ao despedir-se: "Um pouco de tempo e já não me vereis, mais um pouco de tempo ainda e me vereis" (Jo 16, 16).

Como diz o prefácio deste dia: "Cristo verdadeiro e único sacerdote, se ofereceu como vítima de salvação e nos mandou perpetuar esta oferenda em sua comemoração". Porém esta Eucaristia deve ser celebrada com características próprias: como Missa "na Ceia do Senhor".

Nesta Missa, de maneira diferente de todas as demais Eucaristias, não celebramos "diretamente" nem a morte nem a ressurreição de Cristo. Não nos adiantamos à Sexta-feira Santa nem à noite de Páscoa.

Hoje celebramos a alegria de saber que esta morte do Senhor, que não terminou no fracasso mas no êxito, teve um por quê e um para quê: foi uma "entrega", um "dar-se", foi "por algo"ou melhor dizendo, "por alguém" e nada menos que por "nós e por nossa salvação" (Credo). "Ninguém a tira de mim,(Jesus se refere à sua vida) mas eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la." (Jo 10, 18), e hoje nos diz que foi para "remissão dos pecados" (Mt 26, 28c).

Por isso esta Eucaristia deve ser celebrada o mais solenemente possível, porém, nos cantos, na mensagem, nos símbolos, não deve ser nem tão festiva nem tão jubilosamente explosiva como a Noite de Páscoa, noite em que celebramos o desfecho glorioso desta entrega, sem a qual tivesse sido inútil; tivesse sido apenas a entrega de alguém mais que morre pelos pobres e não os liberta. Porém não está repleta da solene e contrita tristeza da Sexta-feira Santa, porque o que nos interessa "sublinhar" neste momento, é que "o Pai entregou o Seu Filho para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(Jo 3, 16) e que o Filho entregou-se voluntariamente a nós apesar de que fosse através da morte em uma cruz ignominiosa.

Hoje há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o "glória": é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém ao mesmo tempo é sóbria e dolorida, porque conhecemos o preço que Cristo pagou por nós.

Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele. Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que dá e se entrega con amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.

Podemos dizer que hoje celebramos com a liturgia (1a. Leitura) a Páscoa. Porém a da Noite do Êxodo (Ex 12) e não a da chegada à Terra Prometida (Js 5, 10-ss).

Hoje inicia a festa da "crise pascoal", isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Etimologia da Semana Santa

• O pão e o vinhoJustificar
São os elementos naturais que Jesus toma para que não só simbolizem mas também se convertam em seu Corpo e seu Sangue e o façam presente no sacramento da Eucaristia.
Jesus os assume no contexto da ceia pascal, onde o pão ázimo da páscoa judaica que celebravam com seus apóstolos fazia referência a essa noite no Egito em que não havia tempo para que a levedura fizesse seu processo na massa (Ex 12,8).
O vinho é o novo sangue do Cordeiro sem defeitos que, posto na porta das casas, evitou aos israelitas que seus filhos morressem na passagem de Deus (Ex 12,5-7). Cristo, o Cordeiro de Deus (Jo 1,29), ao que tanto se refere o Apocalipse, salva-nos definitivamente da morte por seu sangue derramado na cruz.
Os símbolos do pão e o vinho são próprios da Quinta-feira Santa no que, durante a Missa vespertina da Ceia do Senhor, celebramos a instituição da Eucaristia, da qual encontramos alusões e alegorias ao longo de toda a Escritura.
Mas como esta celebração vespertina é o pórtico do Tríduo Pascal, que começa na Sexta-feira Santa, é necessário destacar que a Eucaristia dessa Quinta-feira Santa, celebrada por Jesus sobre a mesa-altar do Cenáculo, era a antecipação de seu Corpo e seu Sangue oferecidos à humanidade no "cálice" da cruz, sobre o "altar" do mundo.
• O lava-pés
É o único que nos relata este gesto simbólico de Jesus na Última Ceia e antecipa o sentido mais profundo do "sem-sentido" da cruz.
Um gesto incomum para um Mestre, próprio dos escravos, converte-se na síntese de sua mensagem e dá aos apóstolos uma chave de leitura para enfrentar o que virá.
Em uma sociedade onde as atitudes defensivas e as expressões de autonomia se multiplicam, Jesus humilha nossa soberba e nos diz que abraçar a cruz, sua cruz, hoje, é ficar ao serviço dos outros. É a grandeza dos que sabem fazer-se pequenos, a morte que conduz à vida.
• Os símbolos da Paixão

1. A cruz

A cruz foi, na época de Jesus, o instrumento de morte mais humilhante. Por isso, a imagem do Cristo crucificado se converte em "escândalo para os judeus e loucura para os pagãos" (1 Cor 1,23). Teve que passar muito tempo para que os cristãos se identificassem com esse símbolo e o assumissem como instrumento de salvação, entronizado nos templos e presidindo as casas e habitações, e pendendo no pescoço como expressão de fé.

Isto demonstram as pinturas catacumbais dos primeiros séculos, onde os cristãos, perseguidos por sua fé, representaram a Cristo como o Bom Pastor pelo qual "não temerei nenhum mal" (Sl 22,4); ou fazem referência à ressurreição em imagens bíblicas como Jonas saindo do peixe depois de três dias; ou ilustram os sacramentos do Batismo e a Eucaristia, antecipação e alimento de vida eterna. A cruz aparece só velada, nos cortes dos pães eucarísticos ou na âncora invertida.

Poderíamos pensar que a cruz era já a que eles estavam suportando, nos anos da insegurança e a perseguição. Entretanto, Jesus nos convida a segui-lo nos negando a nós mesmos e tomando nossa cruz a cada dia (cf MT 10,38; Mc 8,34; Lc 9,23).

Expressão desse martírio cotidiano são as coisas que mais nos custam e nos doem, mas que podem ser iluminadas e vividas de outra maneira precisamente desde Sua cruz.

Só assim a cruz já não é um instrumento de morte mas sim de vida e ao "por que eu" expresso como protesto diante de cada experiência dolorosa, substituímo-lo pelo "quem sou eu" de quem se sente muito pequeno e indigno para poder participar da Cruz de Cristo, inclusive nas pequenas "lascas" cotidianas.

2. A coroa de espinhos, o látigo, os pregos, a lança, a esponja com vinagre...

Estes "acessórios" da Paixão muitas vezes aparecem graficamente apoiados ou superpostos à cruz.

São a expressão de todos os sofrimentos que, como peças de um quebra-cabeças, conformaram o mosaico da Paixão de Jesus.

Eles materialmente nos recordam outros sinais ou elementos igualmente dolorosos: o abandono dos apóstolos e discípulos, as brincadeiras, os cusparadas, a nudez, os empurrões, o aparente silêncio de Deus.

A Paixão revestiu os três níveis de dor que todo ser humano pode suportar: física, psicológica e espiritual. A todos eles Jesus respondeu perdoando e abandonando-se nas mãos do Pai.



sábado, 16 de abril de 2011

O Domingo de Ramos: Quantas lições nos deixam essa festa litúrgica!

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como "Aquele que vem em nome do Senhor". Esse mesmo povo O havia visto ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. E tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas tinha se enganado no tipo de Messias que o Senhor era. Pensavam que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a esse povo que não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, Cristo entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena, pois não Ele é um Rei deste mundo!

Dessa forma, o Domingo de Ramos é o início da Semana que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”.

Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que ela é desvalorizada e espezinhada.
Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Santa Missa [do Domingo de Ramos], lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente. Mostra-nos que a nossa pátria não é neste mundo, mas na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda pela casa do Pai.

A Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos nas mãos dos soldados na casa de Anãs, Caifás; o julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, a condenação, o povo a vociferar “Crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, o diálogo com o bom ladrão, a morte e sepultura.

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora Lhe vira as costas e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse dia [Domingo de Ramos]!

O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela Morte para destruir a morte; perder a Vida para ganhá-la.

A muitos o Senhor decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre. "Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador, merece a cruz por nos ter iludido", pensaram. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado.
O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja, e consequentemente a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências. Impera como disse Bento XVI, a ditadura do relativismo.

O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Estar disposto a carregar a cruz com aquele que a levou até o Calvário sem abandoná-la. Estar disposta a defender o Cristo e a Igreja com novo ardor, e com novo ânimo, especialmente hoje em eles são tão aviltados em todo mundo.


Felipe Aquino (cancaonova.com)


terça-feira, 12 de abril de 2011

Semana das Dores

A última semana da quaresma é conhecida por nós católicos como a semana das dores. Em muitos lugares, principalmente nas cidades históricas, celebra-se durante os sete dias, o chamado setenário das Dores de Nossa Senhora, recordando os momentos mais difíceis passados por Maria Santíssima junto de seu Filho Jesus. Cada dia é dedicado a uma dor. As Dores de Nossa Senhora nos comovem o coração, impulsionando-nos para a prática do bem. A Virgem Maria é exemplo a ser seguido por todos nós de perseverança, resignação e firmeza na fé.
1ª. Dor - Apresentação de meu Filho no templo; 2ª. Dor - A fuga para o Egito; 3ª. Dor - Perda do Menino Jesus; 4ª. Dor - Doloroso encontro no caminho do Calvário; 5ª. Dor - Aos pés da Cruz; 6ª. Dor - Uma lança atravessa o Coração de Jesus; 7ª. Dor - Jesus é sepultado.
A semana que antecede à semana Santa é um convite para experimentarmos mais plenamente ainda a penitência quaresmal, a fim de celebrarmos com muito mais entusiasmo a Páscoa do Senhor.



Pedagogia litúrgica - mês de abril de 2011

Abril pode ser definido como o grande “mês pascal” da Liturgia. Na realidade todos os meses celebram o dom da Páscoa, mas este se faz mais evidente, porque nele torna-se palpável a passagem da vida divina em nossas celebrações e em nossas vidas. É assim com Jesus passando e iluminando nossas cegueiras (4DQ), é assim com Jesus derrotando a morte em Lázaro para que faça sua Páscoa, saindo da morte para voltar a viver (5DQ).

Esta característica pascal se manifesta na alegria da “Dominica laetare”, que exulta de alegria pela proximidade da Páscoa de Jesus Cristo (4DQ). Exultação de alegria manifestada na simbologia da luz de Jesus Cristo, capaz de iluminar a escuridão de olhos cegos para se viver na verdade do Evangelho, correspondendo à vocação cristã de se deixar iluminar pelo Evangelho. A cura do cego nato demonstra como Jesus ilumina a vida do batizado e promove nele a graça de participar da nova criação, propondo-lhe um novo estilo de viver (4DQ), revestindo-nos com a veste da vida divina, oferecida pelo próprio Jesus Cristo, para não compactuarmos com a cultura da morte, mas sempre com a promoção da vida (5DQ). O cristão não é um monte de ossos ressequidos, pois seu corpo é morada do Espírito de Deus, quer dizer, do Espírito que enche a vida humana com a vida divina. O cristão que se faz discípulo de Jesus não vive em sepulturas, mas na festa da vida (5DQ).

Diante da Cruz

Um bom modo de viver a Semana Santa é colocar-nos diante da Cruz de Jesus Cristo. No momento da crucifixão, três grupos de pessoas passaram diante da Cruz: aquele povão, que buscava um pop-star, mas se decepcionou quando o viu fazendo a vontade do Pai, os intelectuais com uma cultura incapaz de compreender a lógica divina, e os malfeitores, que foram crucificados com Jesus, um de cada lado. Em qual destes grupos você se identificaria, hoje. A resposta só pode ser dada depois de refletir profundamente como você vive a vida cristã, se próximo ou distante de Deus. Mas, existem outros convites para se entrar bem na Semana Santa. Jesus, por exemplo, passou aquela Semana marcada pelo sofrimento fortalecendo-se na certeza que voltava ao Pai. É com este espírito que ensina o caminho através do serviço, pelo gesto do lava-pés. Um gesto de serviço, que não nos deixa desanimar diante da visão da Cruz. Mesmo assim, é preciso reconhecer que perguntas e questionamentos jamais cessaram (nem cessarão) diante do sofrimento; de todas as formas de sofrimento. De algum modo, todos beberemos (alguns irmãos e irmãs bebem) deste cálice tão amargo para a humanidade. Diante desta Cálice, que Jesus pede para ser afastado, é possível presenciar em Jesus a sede de fazer a vontade do Pai. O cálice da vontade do Pai é mais importante que o medo do cálice do sofrimento e da morte. O Pai reconhece o amor de Jesus, aceita seu sacrifício e o livra da morte, ressuscitando-o.

Diante da Ressurreição

A força da Páscoa não se esconde somente no fato histórico, acontecido em Jesus Cristo. Mais que uma realidade histórica, é também uma realidade que aconteceu na vida de Jesus Cristo: ele morreu e o Pai o ressuscitou. É também uma realidade que se atualiza em nossos dias, nos sacramentos celebrados na Igreja, através do testemunho vivo dos discípulos de Jesus, na promoção da vida onde a humanidade (de hoje) esquece ou tenta afastar Deus da sua história.

A Ressurreição de Jesus traz uma realidade nova para o mundo: nós podemos participar da vida divina, porque pela Ressurreição de Jesus o mundo de Deus entrou definitivamente no mundo humano. O modo como participamos da vida divina é semelhante ao fermento que leveda a massa do pão: é uma experiência interior, que faz crescer o amor e a fé dentro de quem se torna discípulo amado de Jesus. Este não exige muitas provas porque é capaz de ler na simplicidade dos sinais a passagem divina.

Formação Litúrgica

Ministério de Leitores

A Liturgia da Palavra é uma celebração. É necessário, pois, que se note que celebramos a Palavra, como depois celebramos a Eucaristia.

Assim, não é nem um momento de leituras atropeladas que se colocam antes da homilia e da celebração eucarística; nem uma reunião de instrução ou de discussão que, depois, concluirá com os ritos eucarísticos (que ficarão, assim, desvalorizados, porque não são tão "instrutivos").

O serviço do leitor é muito importante dentro da assembléia. Os que o realizam devem estar conscientes disso e viver a alegria e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de ser os que tornarão possível que a assembléia receba e celebre aquela Palavra com a qual Deus fala aos seus fiéis, aqueles textos que são como que textos constituintes da fé.

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