Desordem, violência, drogas. Estas coisas têm atrapalhado a tranquilidade que em outros tempos reinou
Depois do acontecido, dizem que a polícia foi procurada, o que não surtiu efeito. Além de tudo, as pessoas ainda saem em defesa dos rapazes, dizendo que ela merecia. Isso tudo traz à tona um tipo de preconceito muito escrachado na sociedade brasileira, contra os menos favorecidos. A situação piora quando sabemos que a moça é alcoólatra, tem duas filhas – cada uma com um homem diferente – e está sempre envolvida em escândalos sexuais. Mas nem isso justifica a violência.
Com isso, vem mais coisa à tona. O problema da violência em Granada ultrapassa qualquer espancamento público. O que dizer do som automotivo, que chega a ensurdecer as pessoas (com uma música de péssimo gosto) e atrapalhar o sono dos moradores daqui? E as motocicletas, que só não atropelaram ninguém por pura sorte? Diante de tudo isso, nos perguntamos onde está a ordem e que atitude podemos tomar. Chegamos à conclusão de que enfrentamos um problema político de dimensões enormes, onde os que deveriam se preocupar com a paz do lugar, se preocupam sim com seu próprio bolso. Enfrentamos também um problema na educação, onde os pais jogam toda a responsabilidade para cima da escola enquanto esta não cumpre nem mesmo a sua, que é ensinar. Assim, qual será o futuro das nossas crianças? Com certeza estarão entre os espancadores ou serão as vítimas da violência.
E no fim, as vítimas seremos todos nós. A fama que Granada teve num passado distante voltará, mas com dimensões muito maiores, envolvida em modernidade, onde se “acha bonito” tudo o que sempre foi tido como errado. Os menores sabem dos seus direitos, os maiores não cumprem seus deveres, a polícia se faz de desentendida, a justiça continua cega, o poder público defende os errados e nós ficamos no meio da guerra, pois não é preciso estar na favela das grandes cidades para experimentar o caos.