Temos visto nos últimos dias, uma algazarra em torno de denúncias acerca do uso indevido do dinheiro dos fiéis por parte do Sr. Edir Macedo, pseudobispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Na verdade, esse tipo de denúncia é antigo. Sabe-se que a Universal se estabeleceu à custa de muito dinheiro dos pobres irmãos, fiéis à suposta pregação evangélica de Macedo. Sabe-se também que a dita igreja, bem como seus “bispos” e seu chefe supremo se enriqueceram através da manipulação daqueles mesmos fiéis. Pedirão provas, mas não precisamos delas. Já faz parte do senso comum o fato de o Sr Macedo ter o seu próprio império.
Mas o que está em questão não é o simples enriquecimento ilícito dos líderes da Universal, mas sim a potência que os mesmos têm nas mãos. Os meios de comunicação são, em nossos dias, instrumentos de persuasão genuínos, dos quais, com toda a certeza, temos que lançar mão, a fim de promover os mais diversos interesses. Espera-se do meio de comunicação cristão uma atitude cristã. Porém, por meio deles, principalmente da Rede Record de televisão, de propriedade da família do Sr. Macedo, a Universal tem colocado seu plano de destruição em prática. É que, em matéria de televisão, devemos nos lembrar da concorrência. É a audiência que eleva os níveis de faturamento da emissora, o que, por sua vez, faz engordar o bolso do proprietário.
Na verdade, a guerra é a da audiência, sobretudo entre a Record e a Rede Globo, da família Marinho. Como plano de fundo, um esquema político muito bem estruturado. Mas em prol da audiência, a Record quer usar os mesmos meios da concorrência. De fato, falar da Globo como uma emissora “suja” é de se esperar do público evangélico, pelo simples fato dela ser laica, livre de qualquer paradigma religioso. No entanto, a Rede Record foi comprada com o “suor” dos irmãos e agora se laicizou. Em nome da audiência faz o que a concorrente se propõe a fazer. Talvez até pior. Não que defendamos que as emissoras de cunho religioso devam veicular programação 100% religiosa, mas sim que os programas prezassem por valores cristãos, pela cidadania e pelo bem estar de todos. A Record, à medida que critica a rival, faz o seu jogo. O dinheiro e o poder corroem até mesmo pessoas ditas santas, o que esperar dos pecadores?
As denúncias não são simplesmente da Globo, mas de outros meios de comunicação e da própria justiça. Assim fica mais fácil acreditar sem preconceitos.
Perante tudo isso, de vez em quando se lembram de Deus. A Universal fez vigília e propôs boicote à Rede Globo por parte do público protestante. Nos sites e blogs a opinião evangélica pró Universal é grande. Muitos irmãos defendem pelo simples fato de serem “crentes”. Mas se esqueceram da recomendação de Jesus sobre os falsos profetas, os lobos em peles de cordeiro. Não queremos dizer aqui que o Sr. Macedo e seus companheiros sejam esses falsos profetas dos últimos tempos. Muito pelo contrário, eles são, de fato, empresários. E como empresários que são, estão dispostos a fazer de quase tudo para enriquecer e pelo sucesso de seu empreendimento.
Diante disso, o que esperar do futuro das igrejas? Ao ver nossa posição crítica, os irmãos separados mais radicais nos julgarão de hipócritas, nos lembrarão do passado, da inquisição, das cruzadas, da notícia atual sobre a pedofilia de alguns presbíteros da Igreja e, como sempre nos acusarão de um monte de crimes. Mas lembramos que a Igreja continua santa, virgem e intacta, o que poderia se esperar da Universal, se sua raiz fosse boa. Mas pelo que se sabe não é. Ninguém está em defesa da Rede Globo de televisão, mas estamos em defesa da verdade e da fé sem amarras.
Que Deus nos ajude a reconhecer a verdade sempre mais e viver a nossa fé cristã com autenticidade. “Buscai as coisas do alto” (Col 3, 1) é a resposta para que não nos deixemos levar por estes perigos que rondam nossos tempos, a fim de que construamos um mundo melhor e promovamos a paz entre nós, pois olhando para o céu, olharemos para o mundo e para a vida.
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